Doutrinas
Deturpadas
Cristianismo, Comunismo,
Socialismo.
Doutrinas de inegável
elevação moral, mas sempre duramente criticadas pelo senso comum. Senso comum.
Esse sim é o verdadeiro cancro da sociedade. Joseph Goebbels, Ministro da Propaganda na Alemanha
Nazista, disse que “Uma mentira repetida
mil vezes torna-se verdade”. Isso é real graças ao famigerado senso comum.
Aquilo que todos repetem de forma contundente acaba por se tornar “verdade”,
ainda que sejam tolices desmedidas. O escorpião não se mata se for encurralado
em um círculo de fogo. Ele desidrata. A cauda se aproxima do corpo não para que
o seu veneno seja auto inoculado, mas porque ele está secando e perdendo sua
forma. Mas todos podem observar a cauda se aproximando do corpo. Conclui-se que
ele se mata, inoculando-se o próprio veneno. Mas nem tudo é o que parece ser. Necessário observar por outros prismas. O prisma
da informação é uma opção interessante!
Pode-se até considerar
compreensível que na década de 60 se acusassem os comunistas de “comedores de
criancinhas”, devido ao terror implantado na China por Mao Tse Tung. Ele chamou
esse estado totalitário de “República
Comunista da China”. O senso comum comprou a ideia de esse regime seria um regime
Comunista. Compreensível, porém não justificável, já que bastariam noções
básicas sobre a doutrina Comunista para entender que o sistema político da
China estava longe de ser Comunismo, embora fosse denominado dessa forma. Mas reproduzir
nos dias atuais um discurso de que comunistas praticaram o maior estupro
coletivo do século, considerando o que supostamente ocorreu no governo totalitário
da União Soviética, é uma completa falta de educação cultural. O senso comum
impera tanto sobre essas questões, que embora as políticas implantadas na
Austrália e nos Países Escandinavos sejam essencialmente socialistas, esse
países denominam sua ideologia política de “Social Democracia”, possivelmente
para que não lhes sejam atribuídas as reminiscências do governo totalitário de
Stalin, que ele chamou de Socialismo.
A ideologia da doutrina
Comunista é o estabelecimento de uma sociedade igualitária, sem classes sociais
e apartidária, baseada na propriedade comum dos meios de produção. Sociedade
apartidária, ou seja, sem Estado. A decisões seriam tomadas de maneira
democrática pela comunidade. Em sua descrição original Marx escreve a expressão
“sem opressão” quando discorre sobre a forma de se estabelecer as políticas
comuns. A doutrina Comunista é o oposto daquilo que Mao Tse instaurou na China:
Estado pleno, totalitário. A extinção de toda e qualquer discussão democrática.
Até a forma de plantio e o que deveria ser plantado era estabelecido pelo
Estado. A China era na verdade uma Ditadura Facista, sob a denominação de
Comunismo.
O Socialismo, em sua forma
teórica, seria uma maneira de viabilizar o Comunismo a longo prazo, possibilitando
a transição do Capitalismo, com o Estado executando a função de organizar as
políticas sociais. O Estado seria forte e recolheria os recursos para
distribuí-los de forma igualitária, similar ao que ocorre atualmente na
Austrália e Dinamarca, onde o cidadão paga de 40% a 45% da sua renda como
imposto ao Estado, e todos têm garantidos direitos básicos como educação,
saúde, segurança e lazer. Embora o princípio central do Capitalismo, a
propriedade privada, permaneça como a base da economia desses países, a sua
estrutura sócio-política foi o que mais próximo se chegou até hoje da essência
do Socialismo, enquanto que o Estado opressor
que foi instaurado na União Soviética por Joseph Stalin é exatamente o oposto.
Embora o Cristianismo seja
uma doutrina mais amplamente conhecida, as atitudes atrozes dos que se auto denominam
“cristãos” ainda causam indignação em muitos corações. O Legado de Jesus, porém,
é muito claro e muito sólido. Cada palavra proferida por Ele foi solidamente
edificada no exemplo.
“A
cada um será dado segundo as suas obras”.
Essa assertiva de clareza
cristalina e essência inquestionável é suficiente para fazer cair por terra
toda sorte de intolerância engendrada em
Seu nome. Cada um receberá segundo as suas obras. Independente de crenças
e convicções religiosas, independente de orientação e identidade de gênero,
independente de raça, independente de castas
sociais e familiares. Essencial apenas é o que a atitude de cada um gerou. E importa
apenas à cada um. Pela obra que
edificar ao longo da sua jornada terrestre, João receberá sua paga. Não importa
a Antônio, ou a Francisco, ou a Maria a obra de João. Cada um “será julgado”
pelas próprias construções. A atitude alheia em nada interfere na sua própria caminhada
evolutiva. É inadmissível conceber que guerras sangrentas como as Cruzadas
fossem executadas com a finalidade de ampliar as fronteiras do Cristianismo. Que
as atrocidades da Inquisição fossem para o bem do Evangelho. Que preconceitos,
dos mais diversos, disseminados por legiões de religiosos fundamentalistas,
estejam em concordância com a misericórdia de Jesus. Nenhuma intolerância
religiosa, seja ela pautada na violência ou no preconceito, está prevista na Doutrina
Cristã.
Abandonemos as vestes rotas
do senso comum. A informação se encontra na palma da mão, literalmente, nos
tempos modernos. É preciso ampliar o campo de visão e tirar a mente do
embotamento, ou nossa boca continuará repetindo mil vezes uma mentira e as
nossas mãos participarão ainda de muitas iniquidades, semeando a nossa própria
derrocada.