Te causa estranheza que a ONU tenha acolhido o pedido de proteção enviado por Lula?
Exibicionismo do ex presidente?
Da mesma forma que causa estranheza em algumas pessoas quando questiono: " Será que teremos eleições em 2018?"
Basta analisar com cuidado.
-Um grupo de políticos, sem votos, tomou o poder do país.
-Esse grupo muda as bases da estrutura de governo. A social democracia, escolhida nas urnas, é substituida pelo neoliberalismo.
-Medidas de arrocho são impostas ao povo.
-O arrocho não atinge os rendimentos do Executivo, Legislativo, Judiciário e Militares, que ao contrário, tiveram reajustes de salário não condizentes sequer com a inflação.
- Manifestações populares contrárias são repreendidas com desmedida violência
-O direito à greve foi subtraído ao trabalhador
- Justiça seletiva
Isso já ocorreu no Brasil antes?
Sim. No ano de 1964.
Medidas totalitárias que caminharam para Ditadura na acepção exata da palavra.
Difícil de acreditar, é certo! Mas antes de me acusarem de sofista leiam mais detidamente acerca do processo político ocorrido em 64 e tirem as próprias conclusões.
O cotidiano nos ensina todos os dias. Basta ter olhos de ver e traduzir em palavras a poesia da vida.
sexta-feira, 28 de outubro de 2016
terça-feira, 18 de outubro de 2016
MÉDICO
MÉDICO
Tem médico de tudo. Médico
de bebê, médico de vovô. Médico de grávida, médico de doido, médico de rim, de
coração, de fígado. Médico de joelho. Médico de homens e médico de almas.
Médico não tem dia. O dia
dele é do outro. Dia do retorno da dona Maria. Dia da cirurgia do bebê do leito
8. Dia do parto da Ana. Dia da diálise do menino do Morro Alto. Dia de alegria, dia do transplante do menino
de Caratinga. Dia que o Seu José foi de alta. Dia da quimioterapia, do escorpionismo,
da parada, da arritmia. Dia do exame do tio,
da amigdalite do sobrinho, dia do óbito do vizinho.
Médico tem muitas
casas. Tem a que ele mora com a família, tem a que ele mora com o coração, que
vai todo dia. Sente falta se não vai. Médico também mora no plantão, no
hospital, na cidadezinha que ele escolheu cuidar. Médico não tem cama. Dorme onde
dá.
“O médico não tem o direito de terminar sua refeição.” O Médico dos
Pobres que disse, e disse bem. A urgência do outro é maior que fome do médico. A
urgência do sangramento, do acesso, da queda, das lágrimas. A urgência de
acalmar a alma.
“Quem é minha minha mãe, quem são meus irmãos?” pergunta o médico.
Porque o filho dele fica em casa com febre, para ele poder sanar outras febres,
febre dos outros filhos. Porque o filho do médico morre também quando o filho do outro morre. O coração vai doendo, o dia vira luto.
O médico vê sua mãe nos olhos daquela Doninha, escuta sua voz nas palavras
dela, deseja muito que essa sua mãe fique boa! Deseja que seu pai não pegue a
doença e trabalha para que todos os pais fiquem livres dela. O médico vai
deixando irmãos pelo mundo. Vai deixando seu coração e levando o coração de
muitos irmãos.
O médico não é dono da
vida dele. Mas escolheu. O caminho só segue, não tem volta. Vai, médico, ser gauche na vida!
sábado, 15 de outubro de 2016
QUEM GANHA COM AS ABSTENÇÕES?
QUEM GANHA COM AS ABSTENÇÕES?
Eleições
Municipais.
Momento importante de eleger
representantes que terão papel fundamental na nossa rotina. Momento de eleger
aqueles que mais diretamente cuidam da nossa casa.
São as primeiras eleições que ocorrem após
o golpe político no Brasil, e por isso mesmo acontecem em um clima nada
favorável. Clima de desalento, testificado pelo altíssimo número de votos
brancos, nulos e absenteísmo às urnas.
Mas quem efetivamente ganha com as
abstenções?
Ganha quem vota. O grupo que vai às urnas garante
seu direito à representabilidade
Tomemos por exemplo o que ocorreu na
cidade de São Paulo. Existem jornalistas afirmando que “o povo votou em João
Dória”.
Será? João Dória teve 3 milhões e sessenta
mil votos. Votos brancos, nulos e abstenções somaram 3 milhões e noventa mil.
Na verdade, o povo não votou. Abriu mão
do seu direito de escolher um representante. Mas o grupo que João Dória representa
foi às urnas e garantiu sua representabilidade.
Para ser eleito o candidado precisa de ter
50%+1 dos votos válidos. Não importa se o número de abstenções for maior. Os
votos válidos definem a eleição.
Representantes são eleitos através de uma
combinação favorável de popularidade x rejeição. Geralmente aqueles que são
eleitos combinam alta popularidade com baixa rejeição. Mas mesmo candidatos
muito populares, podem não ser eleitos devido aos altos índices de rejeição por
parte de um grupo. Dessa forma, se nenhum candidato te representa, vote naquele
que você rejeita menos. Também é uma forma de se fazer representar.
Por exemplo, rejeito fortemente candidatos
que tendem a governar baseados em preceitos religiosos. Não tenho nada contra religião
alguma, mas o governante tem que governar para todos. Esse é o objetivo do
Estado ser laico.
O governante não pode tratar o aborto como
pecado, e sim como questão de saúde pública. Por outro lado, não deve tratar as
questões de gênero como doença, e sim trabalhar pela inclusão. Assim por
diante. Rejeitando então fortemente candidatos que têm a religião como fator de evidência, voto no
outro. Ainda que esse outro não me represente plenamente, tem aspectos que me
desagradam menos.
O alto índice de abstenções elege um governo sem representatividade real.
Não devemos abrir mão desse instrumento
democrático tão precisoso. Até porque, nem sabemos até quando ele existirá no
nosso país cuja Democracia ainda é tão frágil, e se encontra de fato ameaçada.
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