sexta-feira, 28 de outubro de 2016

CAUSA ESTRANHEZA?

Te causa estranheza que a ONU tenha acolhido o pedido de proteção enviado por Lula?
Exibicionismo do ex presidente?
Da mesma forma que causa estranheza em algumas pessoas quando questiono: " Será que teremos eleições em 2018?"
Basta analisar com cuidado.

 -Um grupo de políticos,  sem votos,  tomou o poder do país.

 -Esse grupo  muda as bases da estrutura  de governo. A social democracia, escolhida nas urnas, é substituida pelo neoliberalismo.

 -Medidas de arrocho são impostas ao povo.

 -O arrocho não atinge os rendimentos do Executivo, Legislativo, Judiciário e Militares, que ao contrário,  tiveram reajustes de salário não condizentes sequer com a inflação.

 - Manifestações populares contrárias são repreendidas com desmedida violência

 -O direito à greve foi subtraído ao trabalhador

- Justiça seletiva

Isso já ocorreu no Brasil antes?
Sim. No ano de 1964.
Medidas totalitárias que caminharam para Ditadura na acepção exata da palavra.

Difícil de acreditar, é certo!  Mas antes de me acusarem de sofista leiam mais detidamente acerca do processo político ocorrido em 64 e  tirem as próprias conclusões.

terça-feira, 18 de outubro de 2016

MÉDICO

MÉDICO
Tem médico de tudo. Médico de bebê, médico de vovô. Médico de grávida, médico de doido, médico de rim, de coração, de fígado. Médico de joelho. Médico de homens e médico de almas.

Médico não tem dia. O dia dele é do outro. Dia do retorno da dona Maria. Dia da cirurgia do bebê do leito 8. Dia do parto da Ana. Dia da diálise do menino do Morro Alto.  Dia de alegria, dia do transplante do menino de Caratinga. Dia que o Seu José foi de alta. Dia da quimioterapia, do escorpionismo, da parada, da arritmia.  Dia do exame do tio, da amigdalite do sobrinho, dia do óbito do vizinho.

Médico tem muitas casas. Tem a que ele mora com a família, tem a que ele mora com o coração, que vai todo dia. Sente falta se não vai. Médico também mora no plantão, no hospital, na cidadezinha que ele escolheu cuidar. Médico não tem cama. Dorme onde dá.

O médico não tem o direito de terminar sua refeição.” O Médico dos Pobres que disse, e disse bem. A urgência do outro é maior que fome do médico. A urgência do sangramento, do acesso, da queda, das lágrimas. A urgência de acalmar a alma.

Quem é minha minha mãe, quem são meus irmãos?” pergunta o médico. Porque o filho dele fica em casa com febre, para ele poder sanar outras febres, febre dos outros filhos. Porque o filho do médico morre também quando o  filho do outro  morre. O coração vai doendo, o dia vira luto. O médico vê sua mãe nos olhos daquela Doninha, escuta sua voz nas palavras dela, deseja muito que essa sua mãe fique boa! Deseja que seu pai não pegue a doença e trabalha para que todos os pais fiquem livres dela. O médico vai deixando irmãos pelo mundo. Vai deixando seu coração e levando o coração de muitos irmãos.


O médico não é dono da vida dele. Mas escolheu. O caminho só segue, não tem volta. Vai, médico, ser gauche na vida!

sábado, 15 de outubro de 2016

QUEM GANHA COM AS ABSTENÇÕES?


QUEM GANHA COM AS ABSTENÇÕES?

Eleições Municipais.
Momento importante de eleger representantes que terão papel fundamental na nossa rotina. Momento de eleger aqueles que mais diretamente cuidam da nossa casa.
São as primeiras eleições que ocorrem após o golpe político no Brasil, e por isso mesmo acontecem em um clima nada favorável. Clima de desalento, testificado pelo altíssimo número de votos brancos, nulos e absenteísmo às urnas.
Mas quem efetivamente ganha com as abstenções?
Ganha quem vota. O grupo que vai às urnas garante seu direito à representabilidade
Tomemos por exemplo o que ocorreu na cidade de São Paulo. Existem jornalistas afirmando que “o povo votou em João Dória”.
Será? João Dória teve 3 milhões e sessenta mil votos. Votos brancos, nulos e abstenções somaram 3 milhões e noventa mil. Na verdade, o povo não votou. Abriu mão do seu direito de escolher um representante. Mas o grupo que João Dória representa foi às urnas e garantiu sua representabilidade.
Para ser eleito o candidado precisa de ter 50%+1 dos votos válidos. Não importa se o número de abstenções for maior. Os votos válidos definem a eleição.
Representantes são eleitos através de uma combinação favorável de popularidade x rejeição. Geralmente aqueles que são eleitos combinam alta popularidade com baixa rejeição. Mas mesmo candidatos muito populares, podem não ser eleitos devido aos altos índices de rejeição por parte de um grupo. Dessa forma, se nenhum candidato te representa, vote naquele que você rejeita menos. Também é uma forma de se fazer representar.
Por exemplo, rejeito fortemente candidatos que tendem a governar baseados em preceitos religiosos. Não tenho nada contra religião alguma, mas o governante tem que governar para todos. Esse é o objetivo do Estado ser laico.
O governante não pode tratar o aborto como pecado, e sim como questão de saúde pública. Por outro lado, não deve tratar as questões de gênero como doença, e sim trabalhar pela inclusão. Assim por diante. Rejeitando então fortemente candidatos que têm a  religião como fator de evidência, voto no outro. Ainda que esse outro não me represente plenamente, tem aspectos que me desagradam menos.
O alto índice de abstenções elege um governo sem representatividade real.

Não devemos abrir mão desse instrumento democrático tão precisoso. Até porque, nem sabemos até quando ele existirá no nosso país cuja Democracia ainda é tão frágil, e se encontra de fato ameaçada.