Uma degustação do que foi o Carnaval em BH nesse ano de 2017
Carnajazz, Carnareaggie, Carnarock. Teve Clube da Esquina, teve Beiço do Wando, teve samba e axé. Teve FORA TEMER, que a Rede Globo tentou inutilmente esconder!
Teve Carnaval do povo, da inclusão, para todos os gostos, todas as idades, todas as tribos! Carnaval da Cultura, que é nossa, e governo algum há de roubar!
Seguem algumas considerações do que eu pude presenciar!
Ano que vem tem mais!
SÁBADO, 25/02
GENTE É PRA BRILHAR!
Adoro esse slogan do Então, Brilha!
O bloco fez jus à ele, e homenageou os 340 braseiros assassinados no ano passado vítimas de LGBTfobia. 340 balões ganharam imensidão, e assim como nossos companheiros assassinados, foram colorir o céu! O Brasil carrega um triste recorde, e continua sendo o país no qual a comunidade LGBT mais sofre violência.
No decorrer do percurso, as frases: "com licença" e "pode passar" eram ouvidas com frequência. As pessoas se desculpavam por eventuais esbarrões, apesar de ser impossível não esbarrar em ninguém naquele mar de gente feliz! A tradicional e incômoda chuva de cerveja foi substituída pela chuva de purpurina!
Não presenciei nenhuma cena de assédio, violência ou qualquer tipo de desrespeito.
E é claro que não faltaram os gritos, faixas, arcos e até brincos de FORA TEMER!
Guarde seu preconceito no armário e vem pro Carnaval de BH!
DOMINGO, 26/02
TODO MUNDO COUBE NO BLOCO
O Carnaval de Belo Horizonte não apenas voltou com tudo, como vem mudando o conceito do carnaval de rua. BH tem conseguido politizar o carnaval, colocar a cidade para pular e pensar!
Idealizado pelo artista plástico e escritor Marcelo Xavier, o bloco Todo Mundo Cabe no Mundo encantou. A diversidade saltava aos olhos. Representação real do que é a cidade, do que é o mundo. Bebês nos carrinhos, vovôs na bateria. Todas as idades se fizeram presentes. Uma verdadeira confluência de gerações, sem choque, com o objetivo comum de ocupar o espaço da cidade e fazer representar nossa cultura, nossa gente.
Crianças e adultos pulavam e cantavam, no chão ou nas suas cadeiras adaptadas. Não importa qual o grau da deficiência, todos abriram suas asas e voaram.
O bloco não teve cordas. Integrantes da bateria perfeitamente integrados com foliões, que se sentiram a vontade para se utilizar das percussões trazidas de casa.
A forte chuva, longe de atrapalhar, deixou a festa mais charmosa.
As falhas do carro de som foram perfeitamente contornadas pelos próprios foliões, que seguraram no gogó letra e música, incentivados pelas puxadoras, que por sinal, foram um show a parte.
Marcelo Xavier mostra que viver num mundo de inclusão é possível. Necessário apenas se despir do preconceito.
"Pés, para que os quero, se tenho asas para voar?"
Bem disse Frida Kahlo, que por sinal estava lá representada!
SEGUNDA, 27/02
Estou em lua de mel com o Carnaval de BH. Show de cidadania e inclusão.
Carnaval nascido no seio do povo, independente do poder público, livre do monopólio dos patrocínios. Belo Horizonte conseguiu politizar o Carnaval e criar um novo conceito de carnaval de rua. A população toma posse do espaço que é seu, e o faz com consciência e cidadania!
Hoje foi dia de curtir com as crianças no Bailinho do Distrital, no Mercado Distrital do Cruzeiro. E mesmo no evento privado e diversidade se fez presente, inclusive na programação. O grupo TRUPE DE GAIA empolgou pais e filhos com a Cultura Afro representada no estilo circense. Nada menos que sensacional!
Infelizmente a minha companheira de folia Cíntia Guimarães não estava lá presente para nos deliciar com seus registros fotográficos, e eu fracassei nessa missão, já que não fui capaz de olhar as crianças, curtir o baile e além de tudo fotografar!
E amanhã tem MAGNÓLIA! Com registro fotográfico garantido!
TERÇA, 28/02
Bloco Magnólia levou o Jazz para o Carnaval!
Com as duas pistas da Avenida Pedro II ocupada por foliões, o bloco deu show de Jazz e organização! Fechou com chave preta e laranja o Carnaval da cidade!