sábado, 28 de julho de 2018

AVENGERS

Chegou o dia! Após protelar de todas as formas, no último fim de semana fui convocada a assistir um desses filmes de super heróis da Marvel. Os filmes dos heróis modernos  nunca me atraíram.  Diferente de filmes como Batman Forever ou os clássicos do Super Man,  nos quais prevaleciam a inteligência,  e claro, o charme dos protagonistas, nos atuais prevalecem a violência,  incluindo heróis espancando heróis.

 Mas enfim...  não deu pra fugir da sessão cinema em casa. Assistimos Os Vingadores.  Cheguei à triste conclusão que não se trata apenas de violência. Esse tipo de filme libera tudo que o ser humano tem de pior. Uma expressão plena do id, sem limites para a crueldade, protegida pela camuflagem do politicamente correto, do heroísmo. Os embates físicos são  fazer inveja aos apreciadores dos circos romanos de gladiadores. É permitido matar, destruir construções, praticar atrocidades  várias com a desculpa de que "é preciso salvar o mundo dos alienígenas ". Basta colocar a máscara do herói que tudo é permitido.

 Sempre vou preferir os filmes intimistas, que mostram o ser humano de forma real, com suas conflituosas batalhas  travadas entre seus vícios e virtudes. Batalhas pessoais ou mesmo políticas que são travadas cotidianamente,  com a construção paulatina de pessoas melhores.

 Continuo me encantando por filmes como Capitão Fantástico,  As Sufragistas,  Invictus, Histórias Cruzadas, A Garota Dinamarquesa,  os bons e velhos Tomates Verdes Fritos e As Pontes de Madison. Sem visão maniqueísta do mundo nem das pessoas. Essas histórias nos ensinam que a  arma mais poderosa para salvar o mundo não é capaz de destruir uma florzinha nascida ao pé cerca. Que essa arma é de livre acesso a todos. É preciso apenas ter um olhar atento para localizá-la dentro do emaranhado das coisas do coração. Que o melhor é armar-se de Amor. Que é preciso muita coragem para juntar esse Amor e lutar pelo que se acredita. Os verdadeiros heróis são anônimos em sua maioria. E prescindem da violência.

 É claro que não pretendo colocar meu filho dentro
de uma bolha. Ele está no mundo e vai conhecer e vivenciar  as coisas desse mundo, as coisas do seu tempo. Continuará assistindo à violência e ao desequilíbrio megalômano dos heróis modernos, certamente criados pela nossa sociedade de consumo.  Mas terá sempre na retaguarda a visão de mundo que posso dar a ele. Comentários despretensiosos,  que certamente serão sementes plantadas no coração.  Dependerá dele fazê-las germinar.

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